Hail warriors des tenebra!

In pursuit!

domingo, 3 de julho de 2011

La Dense Macabre dus Vampires

 Arrumando a estante de livros e cds, deparei-me com meu Suicide Vampire, o melhor álbum da banda italiana Theatre des Vampires que mescla um gothic metal com influencias black metallers e punk. Ao som de Bloodlust, lembrei-me de alguns clássicos vampíricos do cinema e da literatura, como o Entrevista com o Vampiro, da autora Anne Rice, adaptado para as telas no filme de mesmo nome com os galãs Brad Pitt e Tom Cruise, como Louis e Lestat. O Entrevista com o Vampiro deu nome a banda, já que no filme os personagens se encontram no teatro do vampiro vivido por Antonio Bandeiras, com o nome Theatre des Vampires. 
 Já é visível que o vampirismo nunca esteve tão popular como agora. Isto se deve a "onda" de autores elaborando livros com esta temática, mas voltados ao publico jovem, transformando os antigos terríveis seres noturnos em mocinhos atrativos, romanticos e açucarados. Desde a playboyzinhos que brilham e andam em florestas a outros playboyzinhos que disputam com o irmão o amor de uma jovem (sim, não há vampiro pobre). O que se vê é a perca dos valores folclóricos que o Vampirismo trazia em diferentes culturas, para uma popularização desenfreada transformando este personagem num absoluto produto hollywoodiano. Além da desvalorização da crença real do vampirismo, este tema é utilizado como nova forma de capitalismo, tendo em vista que filmes e livros sobre vampiros hoje em dia vendem mais que a saga Harry Potter. Mas com certas exigências é claro como Vampiros lindos, ricos, jovens e bonzinhos e toda aquela ladainha de adolescente americano.
 O vampirismo é um tema que me atraiu desde minha leitura do clássico Drácula de Bram Stocker, que foi deixado numa prateleira suja e empoeirada pelos jovens que não se agradam muito com um vampiro mais macho, sanguinolento e viril. Rsrs. Depois vieram-me os clássicos de Anne Rice, e as obras primas do autor brasileiro André Vianco, um dos nomes que mais respeito na literatura nacional. E por fim, recebi minha Biblia Asetiana, copilada pelo português Luiz Marques. Pode parecer inusitado, mas ao contrário do que pensam 70% da ignorante humanidade, o Vampirismo supera as barreiras de simples fantasia, sendo tratada por credores como uma religião praticante, mas mantida aos moldes de sociedades secretas como a Maçonaria. Esta religião chama-se Aset Ka e é exatamente dela que decorrerei uma biografia nas próximas linhas. Meu mais profundo respeito aos asetianos, filhos de Ísis.  


Aset Ka

  1. Primeiro: Entendo o que é o Ka. 
A alma, ka ou duplo do homem pode tornar-se um espírito errante se as cerimônias funerárias não forem observadas. De especial importância são as provisões de comida e água que devem abastecer o morto, tal como foram encontradas nos túmulos e pirâmides descobertos pelos arqueólogos. A concepção da constituição física-metafísica do homem em mais de uma alma era conhecida no Egito.
O espírito sempre transcendia a realidade terrena porém, na tumba, permanecia a alma animal e era esta que consumia os alimentos e bebidas depositados no sepulcro. Sem isso, esta alma sairia vagando pelo mundo satisfazendo sua fome e sede ainda que fosse consumindo coisas imundas. O Livro dos Mortos refere-se insistentemente a esses casos, quando o fantasma bebe "águas sujas".
Árabes e egípcios também receiam a ação dos fantasmas. No Egito o termo éfreet é aplicado tanto aos fantasmas quanto aos gênios do mal. Mr. Lane conta o caso de um criado, viciado em haxixe que encontrou, certo dia, falando sozinho, sentado no chão, do lado de fora da casa. Exigiu que voltasse ao serviço, mas o homem não respondia e continuava seu falatório sem responder. Irritado, o patrão insistiu e finalmente, o homem declarou: "O éfreet de um soldado turco está aqui, sentado neste chão, fumando seu cachimbo e recusa-se a ir embora". O patrão nada via e atribuiu o comportamento do empregado aos efeitos da droga. Mais tarde, Mr. Lane descobriu que a casa era considerada assombrada e que, de fato, um soldado turco havia sido assassinado ali [RADCLIFF]
2. Segundo: Quem é Aset?
Ísis (em egípcio: Auset) foi uma deusa da mitologia egípcia, cuja adoração se estendeu por todas as partes do mundo greco-romano. Foi cultuada como modelo da mãe e da esposa ideais, protetora da natureza e da magia. Era a amiga dos escravos,pescadoresartesãos, oprimidos, assim como a que escutava as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes. Ísis é a deusa da maternidadee da fertilidade.
Os primeiros registros escritos acerca de sua adoração surgem pouco depois de 2500 a.C., durante a V dinastia egípcia. A deusa Ísis, mãe de Horus, foi a primeira filha deGeb, o deus da Terra, e de Nut, a deusa do Firmamento, e nasceu no quarto dia intercalar. Durante algum tempo Ísis e Hator ostentaram a mesma cobertura para a cabeça. Em mitos posteriores sobre Ísis, ela teve um irmão, Osíris, que veio a tornar-se seu marido, tendo se afirmado que ela havia concebido Horus. Ísis contribuiu para a ressurreição de Osiris quando ele foi assassinado por Seth. As suas habilidades mágicas devolveram a vida a Osíris após ela ter reunido as diferentes partes do corpo dele que tinham sido despedaçadas e espalhadas sobre a Terra por Seth. Este mito veio a tornar-se muito importante nas crenças religiosas egípcias.
Ísis também foi conhecida como a deusa da simplicidade, protetora dos mortos e deusa das crianças de quem "todos os começos" surgiram, e foi a Senhora dos eventos mágicos e da natureza. Em mitos posteriores, os antigos egípcios acreditaram que as cheias anuais do rio Nilo ocorriam por causa das suas lágrimas de tristeza pela morte de seu marido, Osíris. Esse evento, da morte de Osíris e seu renascimento, foi revivido anualmente em rituais. Consequentemente, a adoração a Ísis estendeu-se a todas as partes do mundo greco-romano, perdurando até à supressão do paganismona Era Cristã.

3. Terceiro: O Vampirismo.
A palavra Vampiro surgiu por volta do século XVIII. Tem origem no idioma sérvio como Vampir, e sua forma básica é invariável nos idiomas tcheco, russo, búlgaro e húngaro.
Lendas oriundas da Eslováquia e da Hungria, estabelecem que a alma de um suicida deixava seu sepulcro durante as noites para atacar os humanos, sugava o sangue e retornava como morcego para o túmulo, antes do nascer do sol. Assim, suas vítimas também tornavam-se vampiros após a morte. As civilizações da Assíria e Babilônia, também registram lendas sobre criaturas que sugavam sangue de seres humanos e animais de grande porte. Outros mitos pregam que as pessoas que morrem excomungadas, tornam-se mortos-vivos vagando pela noite e alimentando-se de sangue, até que os sacramentos da Igreja os libertem. Crianças não-batizadas, e o sétimo filho de um sétimo filho também se tornariam vampiros.


O lendário Livro de Nod, originalmente concebido por White-Wolf para o RPGVampiro - A Máscara, narra a origem dos vampiros. Além de A Crônica das Sombras revelando os ensinamentos ocultos de Caim; e A Crônica dos Segredosque revela os mistérios vampíricos.
A tradição judaico-cristã, prega a origem dos vampiros associada aos personagens bíblicos Caim e Abel. Como é descrito, Caim foi amaldiçoado por Deus pelo assassinato de seu irmão, Abel. Os Anjos do Criador foram até ele exigir que se redimisse. Orgulhoso, recusou-se e acatou as punições impostas pelos Anjos. A partir deste momento, Caim via-se condenado a solidão e vida eterna, temendo o fogo e a luz, longe do convívio dos mortais.
Caim foi anistiado por Deus após sofrer durante uma era inteira. De volta ao mundo terreno dos homens, fundou e fez-se rei da primeira cidade chamada Enoque. Mas ainda temia a luz, o fogo, e a solidão da eternidade.
Passado-se muitos anos de prosperidade em Enoque, Caim ainda sentia-se só devido a sua imortalidade. Abatido e desmotivado, acabou por cometer outro grande erro: gerou três filhos, que posteriormente geraram outros. Seguiram-se tempos de paz até que chegou o grande dilúvio e lavou toda a Terra. Na cidade de Enoque, sobreviveram apenas Caim, seus filhos, netos e uns poucos mortais. Caim recusou-se a reconstruir a cidade, pois considerava o dilúvio um castigo divino por ter subvertido as leis naturais e gerado seres amaldiçoados como ele. Assim, sua prole reergueu Enoque e assumiu o poder perante os mortais.
Após um período de paz e prosperidade, os sucessores de Caim passaram a travar batalhas entre si. A autoridade dos governantes foi revogada, e tanto os mortais como os membros da prole sentiam-se livres para fundar outras cidades e tornar seu próprio rei. Dessa forma, os imortais ascendentes de Caim, espalharam-se por toda a Terra.
Nesta versão da origem dos vampiros, vimos que tudo teve início com uma maldição divina atribuída a Caim, e depois herdada por sua prole. Porém, torna-se muito difícil estabelecer um limite entre os fatos e as lendas que circundam o mito vampírico, já que boa parte destas informações confunde-se entre os relatos e pesquisas históricas coerentes, com a ficção dos filmes e RPG’s.
Na lenda de Caim, a conotação do termo Vampiro ainda está ligada apenas ao sentido de imortalidade, solidão e aversão a luz. A relação estabelecida entre a longevidade e a sede pelo sangue (que caracteriza a imagem mais comum dos vampiros), deve-se possivelmente, a personagens lendários que viviam anos incalculáveis alimentando-se de sangue humano, após terem firmado supostos pactos com entidades malignas. Outras versões são encontradas em diferentes culturas, e todas combinam fatos históricos com a crendice regional. Portanto, a maior parte dos povos possui uma entidade sobrenatural que alimenta-se de sangue, imortal e considerada maldita. O mito do vampiro é um ponto comum entre várias civilizações desde a Antigüidade.
Uma das maiores referências do mito vampírico é o sanguinário Vlad Tepes (ou Vlad III), que existiu realmente no século XV na Transilvânia. Porém, ele governou apenas a Valáquia, que era uma região vizinha. Apesar da crueldade extrema com os inimigos, Vlad III não possuía nenhuma ligação com os vampiros. O termo Drácula (Dracul, originalmente significa Dragão) foi herdado de seu pai, Vlad II, que foi cavaleiro da Ordem do Dragão. Provavelmente, a confusão se deu através da semelhança entre os termosDrache, que era o título de nobreza atribuído à Vlad II, e Drac que significaDiabo.
A relação entre Vlad III e o mito vampírico foi dada pelo escritor Bram Stocker. O autor de Drácula inspirou-se (provavelmente) nas atrocidades cometidas por Vlad III, e as incorporou em seu personagem principal. A partir deste momento, Vampiro e Drácula tornaram-se praticamente sinônimos na literatura e nas crenças populares.
No Brasil também encontra-se mitos relacionados aos vampiros e outros seres semelhantes. Neste caso, os registros entrelaçam-se com o rico folclore das várias regiões do país. Desde os centros urbanos, até as áreas menos desenvolvidas do Brasil, é comum ouvir-se relatos dos ataques sanguinários de criaturas que perambulam pelas madrugadas. Na maioria das vezes, essas histórias assemelham-se muito com as lendas européias.
Na mitologia indígena existe o Cupendipe, que apesar de não possuir a sede de sangue caracterizada pelos vampiros, possui asas de morcego, sai de sua gruta apenas durante a noite e ataca as pessoas usando um machado.
No nordeste brasileiro conta-se a história do Encourado. Um homem de hábitos noturnos, que usa trajes de couro preto, exalando um odor de sangria. O Encourado ataca animais e seres humanos para sugar-lhes o sangue. Prefere as pessoas que não freqüentam igrejas. Porém, os habitantes das cidades por onde o Encourado passa, oferecem-lhe o sacrifício de criminosos, crianças ou animais de pequeno porte.
Em Manaus, há relatos da presença de uma vampira que atacava os moradores, sugando o sangue através da jugular e deixando marcas de dentes em sua vítimas, exatamente como é contada nos cinemas. Após os ataques, a vampira corria em direção a um rio e transformava-se em sereia, desaparecendo na água. A Vampira do Amazonas possui a capacidade de transmutar-se e força física descomunal.
Em maio de 1973 no município paulista de Guarulhos, foi encontrado o corpo de um rapaz com as perfurações características em seu pescoço. Esse é apenas um exemplo da hipotética ação de vampiros em zonas urbanas. Neste caso, os relatos transcendem a fronteira da boataria e do folclore.
 (fonte: Spectrum)

4. Quarto: A Ordem Hermética de Aset ka.




O vampirismo é uma vertente obscura e misteriosa dos estudos ocultistas, baseado em espiritualidade predatória. Os conceitos de vampirismo sob esta análise distinguem-se do vampirismo observado na ficção bem como os conceitos espalhados pela sua mitologia. É uma antiga tradição de mistérios, em que os seus defensores referem que data desde os tempos do Antigo Egipto. Os conhecimentos e práticas relativos a esta tradição, denominada por Asetianismo, são mantidos pela antiga ordem de mistérios Aset Ka.

“ The vampires of the House of Aset, the Order of Aset Ka, are not vampires from fiction or myth, nor are they new-age psychic vampires alike. They belong to a very specific metaphysical breed, or otherkin bloodline, born thousands of years ago. Long dead and reborn, in an ever-changing world, their souls linger forever and, in silence, they walk among us. ”
—Asetian Bible. (Public Version, Aset Ka, 2007)


O livro central relativo à tradição vampírica é a Asetian Bible, a Bíblia Asetiana, cuja versão de acesso público foi publicada em 2007 pela Aset Ka e escrita por Luis Marques, um autor de origem Portuguesa reconhecido internacionalmente como especialista em simbologia antiga, mitologia e religião. O texto explora toda a componente filosófica e espiritual da tradição Asetiana, bem como as suas práticas metafísicas e rituais religiosos de origem Egípcia, com grande influência do simbolismo milenar do Médio Oriente. Toda a cultura vampírica é assim analisada ao pormenor, bem como a evolução do arquétipo vampírico desde os tempos antigos até aos modernos e onde a influência do simbolismo vampírico é explorado na forma como influênciou a sociedade ao longo dos tempos.

Asetianismo, a religião dos Vampiros



O Templo de Philae, um dos antigos palácios Asetianos.A tradição Asetiana, com origem no Antigo Egipto, é habitualmente vista como a religião dos vampiros. Uma tradição milenar, centrada em espiritualidade predatória, que tem uma forte componente esotérica, como os conceitos de dualidade universal, bem como a importância da Vontade e do Eu Superior relativamente à evolução pessoal e prática espiritual. Conceitos esses que estão também presentes em diversas tradições de Mão Esquerda, como o caso da Thelema, criada e desenvolvida pelo mago Aleister Crowley, dando assim origem a muitas associações entre o Asetianismo e a magia negra com os lados mais temidos do vampirismo enquanto prática real na sociedade moderna.

“ Asetianism promotes understanding on a raw level. In every incarnation, the Asetian fights to achieve self-realization. This is a slow and constant process of discovery, growth and adaptation. The constant seek and conquering of his goals, in the life of an Asetian, promotes a dynamic expansion of his consciousness, in a permanent cycle of rebirth. The profound self-realization that the Asetian seeks empowers him with joy and happiness. These feelings of happiness and profound inner peace are not only promoted through the evolution of the Self and in the realization found from it, but also is a deep feeling that awaits behind the void to those that, like the Children of Aset, have felt the sacredness of the divine spark. Asetians have tasted the nectar of immortality. They are beings of energy, empowered with the essence of the Violet Flame. They celebrate life, and live it deeply. Asetianism is about loving Aset, unconditionally embracing life and honoring the divine within. ”
—Asetian Bible. (Public Version, Aset Ka, 2007)


Asetianos, os primeiros Vampiros



Múmia Egípcia.Os Asetianos são definidos como os vampiros primordiais, os primeiros seres vampíricos. Segundo a mitologia, eles são os descendentes de Aset, uma divindade Egípcia cuja história e arquétipo remontam ao Pré-Dinástico, e cuja desenvolvimento e evolução teológicos aconteceram ao longo das diversas Dinastias até às eras mais tardias. Aset é o nome em Egípcio para Isis, designação Grega para esta divindade antiga.

“ Asetians are not passive beings in a changing world. They impose themselves above that world and their forces, conquering it with their own divine spark. Asetianism is about finding the divine but also how to fully comprehend the sacredness of the divinity within. ”
—Aset Ka Official Website


Dark Mark, a Marca Negra

Cerimónia iniciática gravada nas paredes de um templo.A Marca Negra dos vampiros, em Inglês Dark Mark, refere-se a uma tatuagem gravada no pulso esquerdo do vampiro Asetiano. Este símbolo trata-se de um sigilo mágico de origem muito antiga, e cujos verdadeiros poderes são até hoje desconhecidos.

“ To their secret and silent group Aset called Aset Ka, as a direct symbol of their true origins – the Essence of Isis, the Ka of Aset. And so She said and marked in blood, that those loyal to Her, would be forever loyal to them, because they were one. In Her Dark Kiss She engraved Her holy sigil deep in their very souls, that would forever be their Asetian Mark, and they would do the same to their followers. ”
—Asetian Bible. (Public Version, Aset Ka, 2007)


Segundo teorias expostas por Diana Morais e Liliana Zyn, da Ordem Peninsular Europeia, relativamente a sociedades oculistas e a sua influência nos tempos modernos, a Marca Negra usada pelos vampiros Asetianos inspirou a autora JK Rowling na escrita da sua série de ficção Harry Potter. Durante esse período, Rowling vivia e leccionava na cidade do Porto, cidade onde se encontra localizada uma das sedes principais da Aset Ka. Sendo então possível que tenha retirado desta comunidade ocultista muitos dos conhecimentos e ideias que viria a utilizar nos seus livros sobre feitiçaria, nomeadamente no conceito da Marca Negra que atribuiu aos feiticeiros negros, seguidores de Lord Voldemort, igualmente no pulso esquerdo, numa directa ligação ao conceito utilizado pelos vampiros Asetianos.

As três Linhagens

As pirâmides de Gizé reflectem a natureza tripla das linhagens Asetianas.A estrutura hierárquica da Ordem de Aset Ka não é totalmente conhecida de fora do seu sistema iniciático, sabendo-se apenas que é baseada num rígido sistema tendo como valores centrais a lealdade, dedicação, honra e conhecimento. Contudo, os Asetianos dividem-se em três linhagens distintas, sendo elas:

Serpente, A Linhagem dos Viperines
Escorpião, A Linhagem dos Guardians
Escaravelho, A Linhagem dos Concubines
Estas três linhagens representam os três tipos de vampiros Asetianos que se pensam existir e, segundo os seus textos, reflectem muito mais do que apenas um arquétipo espiritual ou emocional, mas uma profunda condição da alma inerente ao ser vampírico.

“ These demigods were not human, but were not so different from them either, and unlike their mother, they would not leave the physical realm at the end of the Sep Tepy. And so they would remain here, as their own mother’s representatives, always evolving, forever changing and adapting to the new realities, as societies change and shift. They soon gathered followers and allies, to which they passed knowledge and transformed their Ba, like the sacred kiss that Aset once gave to them, long time before, and in this way giving birth to a whole new spiritual race in the shadows of this world. They would be known as the Asetians. ”
—Asetian Bible. (Public Version, Aset Ka, 2007).

Bem, em resumo é isto. Aqui minha sincera devoção ao respeito a crenças tão banalizadas pela modernidade.
Aos fortes e aos Infames Bons.
A'anlitha Arierom.


Therion e alguns escritos Lovecraftianos.

Nos próximos posts tentarei abordar mais a música que de fato impulsiona-me na vida nesta pequena e esquecida cidade sul matogrossense, Ladário (hotter than hell), embora o Inverno e sua benção polar tenha instalado-se com primor neste meio agreste. Enfim... 
Há alguns bons anos, embrenhando-me no maravilhoso Metal e seus braços musicais, deparei-me com uma banda de symphonic, cujo estilo mescla a música erudita com o heavy metal. E então ela passaria a despercebida por mim, já farta de tantas bandas numa disputa de quem se copia mais nisto e naquilo (não se há originais como Dead Can Dance rs), quando algo saltou-me os olhos: Aquela banda realmente tinha uma música dedicada a Dagon? Ou melhor, aquela banda tinha um repertório enorme e divinamente bem produzido com pérolas dedicadas a Lovecraft?
Sim, aquela banda tinha. E ela chamava-se Therion, uma obra prima sueca, cujos integrantes formam a sociedade ocultista Dragon Rouge.
Mas enfim, fugindo um pouco da música que desenvolverei em outros posts, deixo aqui uma leitura sobre Lovecraft, autor norte-americano conhecido por seus contos fantásticos que abordavam uma mitologia nova e caótica.     


(fonte:Wikipédia) 


 Howard Phillips Lovecraft (ProvidenceRhode Island20 de Agosto de 1890 – 15 de Março de 1937) foi um escritor norte-americano celebrizado pelos suas obras de fantasiaterror, marcadamente gótico, enquadrados por uma estrutura semelhante à da ficção científica.

O princípio orientador literário de Lovecraft era o que ele chamava de "cosmicismo" ou "terror cósmico", a ideia de que a vida é incompreensível à mente humana e que o universo é fundamentalmente alienígena. No início da década de 40, Lovecraft tinha desenvolvido um culto baseado em Cthulhu Mythos, uma série de ficção vagamente interligada com um panteão de entidades anti-humanas, assim como o Necronomicon, umGrimório fictício de ritos mágicos e sabedoria proibida. Os seus trabalhos foram profundamente pessimistas e cínicos, desafiando os valores iluministas do romantismo e do humanismo cristão[1][2]. Os protagonistas de Lovecraft eram o oposto do tradicionalgnose e misticismo por momentaneamente anteverem o horror da ultima realidade e doabismo.
Era assumidamente conservador e anglófilo, sendo por isso habituais no seu estilo os arcaísmos e a utilização de vocabulário e ortografia marcadamente britânicos - fato que contribui para aumentar a atmosfera de seus contos, pois muitos deles contêm referências a personagens que viveram antes da independência das 13 colónias, bem como a estabelecimentos comerciais existentes entre os séculos XVII e XVIII.
Muitos dos trabalhos de Lovecraft foram directamente inspirados por seus constantes pesadelos, o que contribuiu para a criação de uma obra marcada pelosubconsciente e pelo simbolismo. As suas maiores influências foram Edgar Allan Poe, por quem Lovecraft nutria profunda afeição, e Lord Dunsany, cujas narrativas de fantasia inspiraram as suas histórias em terras de sonho. Suas constantes referências, em seus textos, a horrores antigos e a monstros e divindades ancestrais acabaram por gerar algo análogo a uma mitologia, hoje vulgarmente chamada Cthulhu Mythos, contendo vários panteões de seres extra-dimensionais tão poderosos que eram ou podiam ser considerados deuses, e que reinaram sobre a Terra milhões de anos atrás. Entre outras coisas, alguns dos seres teriam sido os responsáveis pela criação da raça humana e teriam uma intervenção directa em toda a história do universo.
Durante a sua vida teve um número relativamente pequeno de leitores, no entanto sua reputação cresceu com o passar das décadas, e ele agora é considerado um dos escritores de terror mais influentes do século 20. De acordo com Joyce Carol Oates, Lovecraft, como aconteceu com Edgar Allan Poe no século 19, tem exercido "uma influência incalculável sobre sucessivas gerações de escritores de ficção de horror" [3],Stephen King chamou Lovecraft de "o maior praticante do século XX do conto de terror clássico. 
Lovecraft é talvez um dos poucos autores cuja obra literária não tem meio-termo: volta-se única e exclusivamente para o horror, tendo como finalidade perturbar o leitor, depois de atraí-lo para a atmosfera, o ambiente, o clima daquilo que lê. Ele parte de uma situação muitas vezes aparentemente banal:De um asilo particular situado em Providence desapareceu um jovem pesquisador… É assim que começa o seu único romance, O caso de Charles Dexter Ward - para ir mostrando, aos poucos, o resultado da pesquisa que o citado Charles fizera tentando encontrar um seu antepassado que havia sido obscurecido propositadamente…
Quando o livro termina, ficamos sabendo o porquê do desaparecimento do pesquisador, além de descobrir que este seu antepassado, Joseph Curven, também se dedicava a pesquisas, estas de magia negra, necromancia e ressurreição de seres inomináveis, entre os quais ele próprio.
Um dos ingredientes da fórmula lovecraftniana para seduzir o leitor é o uso da primeira pessoa: a maior parte de seus contos, entre eles as obras-primas primordiais O chamado de Cthulhu, Um sussurro nas trevas, A cor que caiu do céu, Sombras perdidas no tempo e Nas montanhas da loucura. Algumas vezes, todos os acontecimentos são vividos pelo narrador, como em Sombras perdidas no tempo; outras vezes, o narrador convive com alguns personagens e toma parte dos fatos (em geral, a pior delas).
A expressão Cthulhu Mythos foi criada, após a morte de Lovecraft, pelo escritor August Derleth, um dos muitos escritores a basearem suas histórias nos mitos deste. Lovecraft criou também um dos mais famosos e explorados artefactos das histórias de terror, o Necronomicon, um fictício livro de invocação de demónios escrito pelo, também fictício, Abdul Alhazred, sendo até hoje popular o mito da existência real deste livro, fomentado especialmente pela publicação de vários falsos Necronomicons e por um texto, da autoria do próprio Lovecraft, explicando a sua origem e percurso histórico.
É importante salientar que Lovecraft foi o autor de "O horror sobrenatural na literatura", que ainda é o mais importante ensaio sobre o género, mesmo tendo se passado mais de setenta anos da sua publicação; o surgimento, posteriormente, de autores como Robert Bloch e Stephen King não alteram este fato.

Segue-se aqui o conto Dagon 

Introdução
O conto “Dagon” foi escrito em 1917, quando Lovecraft estimulado por amigos resolve retomar seus trabalhos de ficção. Este conto é intimamente ligado a “The Shadow Over Innsmouth ” que ele veio há escrever 14 anos depois. Este último conto trata de um rapaz que vai a assombrada e deserta vila de pescadores de Innsmouth investigar e descobre que seus moradores tem estranhas relações com os deep ones, anfíbios humanóides que imitem um repugnante odor de peixe e se comunicam com humanos através dos sonhos. Há anos atrás a cidade fora tomada por influências de forasteiros que trouxeram a adoração de Dagon e a maldição ao lugar. Os humanos cada vez mais assumiam formas de peixe até estarem prontos para entrar na cidade ciclópica submersa de Dagon de nome Y’há-nthlei. Na vila os estranhos são mortos cruelmente e as mulheres oferecidas ao deus maligno para satisfazer e carregar o fruto da cruel criatura. Tais histórias de fundo marítimo parecem revelar forte influência do escritor inglês William Hope Hodgson (1877 – 1918) e suas histórias fantástica tendo o mar como ambientação. “Dagon” foi filmado em 2001 pelo diretor Stuart Gordon, se baseando principalmente no conto sobre a vila de Innsmouth e tido por fãs de Lovecraft ao redor do mundo como o filme mais completo e bem feito sobre suas histórias.
DAGON
ESCREVO ISSO DEBAIXO de uma tensão mental considerável já que esta noite poderei não estar mais vivo. Se um centavo e no final de meu suprimento da droga que, só ela, consegue tornar minha vida tolerável, já não consigo suportar a tortura e irei atirar-me dessa janela de sótão na rua esquálida lá em baixo. Não pensem que minha dependência da morfina tenha-me tornado um fraco ou degenerado. Quando houverem lido estas páginas rabiscadas às pressas, poderão imaginar, mesmo sem nunca perceber plenamente, por que preciso do olvido ou da morte.
Foi num dos trechos mais abertos e pouco freqüentados do vasto Pacífico que o paquete onde eu era comissário de bordo foi capturado pelo vaso de guerra alemão. A grande guerra estava, então, em seu início, e as forças marítimas do bárbaro ainda não haviam mergulhado por completo em sua posterior degradação. Sendo assim, nossa embarcação foi tomada como legítima presa, enquanto nós, membros de sua tripulação, fomos tratados com toda a equidade e consideração que nos eram devidas como prisioneiros navais. Era tão liberal, de fato, a disciplina de nossos captores, que cinco dias depois de nos tomarem, consegui escapar, sozinho, num pequeno barco equipado com água e provisões para muito tempo.
Quando enfim me vi livre e à deriva, não tinha muita noção de minha localização. Como nunca havia sido um navegador experiente, eu só podia imaginar, vagamente, pelo sol e as estrelas, que estava um pouco ao sul do Equador. Da latitude eu nada sabia, e não havia ilha nem linha costeira à vista. O tempo manteve-se firme e durante dias sem conta eu vaguei sem destino debaixo de um sol escaldante, esperando a passagem de algum navio ou ser atirado às praias de alguma terra inabitável. Mas não surgiu navio nem terra e comecei a me desesperar em minha solidão sobre a ondulante vastidão de interminável azul.
A mudança aconteceu enquanto eu dormia. Seus detalhes eu jamais saberei, pois, embora agitado e povoado de sonhos, tive um sono contínuo. Quando afinal despertei, descobri-me meio tragado pela extensão lamacenta de um infernal lodo negro que se estendia à minha volta em monótonas ondulações até onde minha vista alcançava e onde, a certa distância, estava enterrado meu barco.
Embora se possa perfeitamente imaginar que minha primeira sensação seria de espanto com uma transformação tão prodigiosa e inesperada de cenário, eu, na verdade, fiquei mais horrorizado do que espantado, pois havia no ar e no solo putrefato um caráter sinistro que me arrepiou até o âmago de meu ser. A região toda fedia com as carcaças de peixes apodrecidos e outras coisas menos descritíveis que eu vi projetadas da lama abjeta da interminável planície. Talvez eu não devesse esperar transmitir em meras palavras a indizível repugnância que pode existir num silêncio absoluto e numa imensidão estéril. Não havia nada ao alcance do ouvido e da visão, salvo uma vasta extensão de lodo preto, mas ainda assim o caráter absoluto do silêncio e a homogeneidade da paisagem me oprimiram com um medo nauseante.
O sol ardia no alto de um céu sem nuvens que me parecia quase negro em sua impiedade, com se refletisse o pântano escuro que tinha embaixo de meus pés. Arrastando-me para dentro do barco encalhado, percebi que apenas uma teoria poderia explicar minha situação: por algum tipo de erupção vulcânica sem precedentes, parte do leito do oceano devia ter sido impelida para a superfície, expondo regiões que durante incontáveis milhões de anos ficaram submersas debaixo de profundezas aquáticas imensuráveis. Era tão grande a extensão da nova terra que se elevava por baixo de mim, que não consegui captar o mais tênue ruído do oceano, por mais que forçasse os ouvidos. Também não havia qualquer ave marinha para pilhar as coisas mortas.
Durante muitas horas, eu fiquei sentado, pensando e ruminando, no barco que estava caído de lado e produzia um pouco de sombra à medida que o sol ia seguindo seu curso no céu. Com o avanço do dia, o chão foi ficando menos pegajoso, indicando que ficaria seco o bastante para permitir que andasse sobre ele dentro de pouco tempo. Dormi muito pouco naquela noite e, no dia seguinte, preparei um farnel com água e comida para uma excursão terrestre em busca do mar desaparecido e de um possível resgate.
Na terceira manhã, verifiquei que o solo já estava bem seco e permitiria que se caminhasse sem problemas sobre ele. O cheiro de peixe era enlouquecedor, mas eu estava concentrado demais em coisas sérias para me importar com desgraça tão pequena, e parti ousadamente para um destino incerto. Caminhei a duras penas durante o dia todo na direção oeste, guiado por um outeiro distante que se destacava em altura dos outros que existiam no deserto acidentado. Acampei naquela noite, e, no dia seguinte, segui avançando para o outeiro, embora aquele objeto parecesse estar pouca coisa mais perto do que da primeira vez em que o vira. Na quarta noite, atingi a base do monte, que se mostrou muito mais alto do que parecera à distância. Um vale interposto destacava seu perfil da superfície geral. Exausto demais para subir, dormi à sombra da colina.
Não entendo por que meus sonhos foram tão agitados naquela noite, mas, antes da curva fantasticamente acentuada da lua minguante ter-se erguido muito alto acima do lado oriental da planície, acordei suando frio, decidido a não me deixar adormecer de novo. As visões como as que havia tido eram demais para suporta-las de novo. E sob o brilho do luar, percebi como foram insensatas as minhas caminhadas diurnas. Sem o ardor do sol escaldante, minha jornada teria-me custado menos energia. Agora, enfim, eu me sentia perfeitamente capas de realizar a escalada que me havia intimidado ao entardecer. Apanhei então o farnel e encaminhei-me para a crista da elevação.
Já tive a oportunidade de mencionar que a monotonia constante da planície ondulada era-me uma fonte de impreciso horror, mas creio que meu horror ficou maior quando alcancei o cume do monte e olhei para o outro lado, para um imenso vale ou canhão cujos recessos negros a lua ainda não se havia erguido o suficiente para iluminar. Senti-me no limiar do mundo, olhando, por sobre a borda, para um caos insondável de escuridão perpétua. Em meio a meu terror, perpassaram curiosas reminiscências do “Paraíso Perdido” 1 e da tenebrosa ascensão de Satã pelos reinos informe das trevas.
A medida que a Lua foi subindo ao céu, pude notar que as encostas do vale não eram tão perpendiculares quanto eu imaginara. Saliências e afloramentos de rocha forneciam apoios perfeitos para uma descida, além de que, cerca de trinta metros abaixo, o declive tornava-se bastante ameno.
Impelido por um impulso que não consigo precisar, fui descendo com dificuldade pelas rochas até parar na encosta menos íngreme abaixo, de onde fitei as profundezas estígias onde nenhuma luz jamais penetrara.
De repente, minha atenção foi traída por um objeto enorme e singular na vertente oposta erguendo-se abruptamente a cerca de cem jardas à minha frente, um objeto de brilho esbranquiçado sob os raios da Lua ascendente. De início imaginei que se tratasse de uma simples rocha gigantesca, mas estava pouco consciente de que seu contorno e sua posição não eram uma obra puramente natural. Um exame mais de perto encheu-me de sensações que não consigo exprimir, pois, apesar de seu tamanho imenso e sua posição num abismo que ficara escondido no fundo do mar desde a juventude do mundo, percebi que o estranho objeto era um monólito bem moldado cujo vulto maciço havia conhecido o artesanato e, talvez, a adoração de criaturas vivas e pensantes.
Pasmo e assustado, mas não sem um certo frêmito de prazer do cientista ou do arqueólogo, examinei com maior atenção o meu entorno. A Lua, agora no zênite, brilhava intensamente, misteriosamente, sobre os penhascos abissais que ladeavam o abismo, revelando um extenso curso d’água que corria sinuoso em seu fundo até se perder de vista em ambas as direções e quase lambia meus pés enquanto eu estava ali, parado, na encosta. Do outro lado do vale, as leves ondulações da água roçavam a base do ciclópeo monólito, sobre cuja superfície eu podia agora distinguir inscrições e entalhes toscos. A escrita estava em um sistema de hieróglifos que eu não conhecia e que era diferente de tudo que eu já vira em livros, consistindo, me sua maior parte, de símbolos aquáticos estilizados como peixes, enguias, polvos, crustáceos, moluscos, baleias, coisas assim. Era patente que diversos caracteres representavam coisas marinhas desconhecidas do mundo moderno, mas cujas formas, em decomposição, eu havia observado na planície erguida do oceano.
Foram os entalhes decorativos, porém, que mais me extasiavam. Havia um arranjo de baixos-relevos, bem visível acima da água interposta por conta de seu enorme tamanho, cuja temática teria invocado a inveja de Doré[1]. Imagino que aquelas coisas deviam supostamente ilustrar pessoas – ao menos um certo tipo de pessoas, embora as criaturas fossem mostradas divertindo-se como peixes nas águas de alguma gruta marinha ou venerando algum santuário em forma de monólito também ao que tudo indica submerso. De seus rostos e formas, não ouso falar com detalhes; sua mera lembrança me deixa aturdido. De um grotesco além da imaginação de um Poe ou de um Bulwer, tinham um perfil infernalmente humano apesar das mãos e apesar das mãos e pés palmados, dos lábios chocantemente largos e flácidos, dos olhos saltados e vítreos, e outras feições ainda menos agradáveis de se lembrar. O curioso é que pareciam ter sido cinzelados muito fora de proporção em relação ao cenário de fundo, pois uma das criaturas era mostrada no ato de matar uma baleia representada com um tamanho um pouco maior do que o seu, mas naquele momento eu achei que eram apenas os deuses imaginários de alguma tribo primitiva, navegante e pescadora, alguma tribo cujos derradeiros descendentes teriam parecido muitas eras antes do primeiro ancestral do Homem de Piltdown ou de Neanderthal haver nascido. Extasiado diante daquele inesperado vislumbre de um passado além da imaginação do mais ousado antropólogo, fiquei ali cismado enquanto a Lua provocava curiosos reflexos no plácido canal à minha frente.
Então, de repente, eu a vi. Com uma leve agitação para indicar sua subida à superfície, a coisa emergiu para fora s das águas escuras. Enorme, polifêmica e repugnante, ela disparou como um monstro fabuloso de um pesadelo para o monólito, ao redor do qual arrojou seus gigantescos brancos escamosos enquanto inclinava a cabeça horripilante, produzindo sons ritmados. Pensei ter enlouquecido, então.
De minha subida frenética da encosta e do penhasco, de minha delirante jornada de volta para o barco encalhado, pouco me recordo. Creio que cantei muito e ri como louco quando era incapaz de cantar. Tenho vagas recordações de uma grande tempestade algum tempo depois de alcançar o barco. De qualquer forma, sei que ouvi o ribombar de trovões e outros ruídos que a natureza produz somente em seus humores mais terríveis.
 Quando sai das trevas, estava num hospital de San Francisco, para onde fora levado pelo capitão de um navio americano que recolhera meu barco no meio do oceano. Em meu delírio, falei muito, mas descobri que não deram muita atenção às minhas palavras. Meus salvadores não sabiam nada a respeito de alguma terra que houvesse aflorado no Pacífico, e eu não julguei necessário insistir em algo que sabia que eles não poderiam acreditar. Procurei certa vez um famoso etnólogo e o diverti com perguntas curiosas sobre a antiga lenda filistina de Dagon, o Deus-Peixe[2], mas, percebendo logo que ele era um racionalista incorrigível, não insisti nas perguntas.
É durante a noite, especialmente quando a lua está muito curva e minguante, que eu vejo a coisa. Tentei a morfina, mas a droga deu-me apenas um alívio temporário e arrastou-me para suas garras como um escravo sem esperança. Sim, tendo escrito um relato completo para a informação ou a desdenhosa diversão de meus semelhantes, agora pretendo acabar com tudo. Muitas vezes me pergunto se tudo não teria passado de pura fantasmagoria – uma simples fantasia febril enquanto eu jazia, castigado pelo sol e delirante, naquele barco descoberto depois de minha fuga do vaso de guerra alemão. Isso eu me pergunto, mas sempre me vem uma visão terrivelmente pavorosa em resposta. Não consigo pensar no mar profundo sem estremecer com as coisas inomináveis que podem, neste exato momento, estar arrastando-se e espoj ando-se em seu leito lamacento, adorando seus antigos ídolos de pedra e cinzelando à sua própria e detestável semelhança em obeliscos submarinos de granito encharcado. Sonho com o dia em que elas poderão ascender acima dos vagalhões para arrastar para o fundo, com suas garras fétidas, os remanescentes de uma humanidade debilitada, exaurida pela guerra – o dia em que a terra poderia afundar e o escuro leito do oceano erguer-se em meio a um pandemônio universal.
O fim está próximo. Ouço um ruído à porta, como se um imenso corpo viscoso a estivesse forçando. Ela não me encontrará. Deus, aquela mão! A janela! A janela!

Ao som de Therion, despeço-me.
Aos fortes e aos infames bons!
A'anlitha Arierom.


Estava eu lendo mais uma obra prima de Dan Brown no colégio, quando deparei-me com uma fala do personagem Robert Langdon. Destino ou não, a aula seguinte seria Educação Religiosa, onde aprendemos a ser intoleráveis e que pessoas agnóticas ou que fujam dos padrões cristãos de ser, são fruto do puro mal. Enfim... 
 Numa discussão sobre "Como a família deveria investir no religioso de seu filho" e entre outras ladainhas católicas que visam mais seguidores para encher os gordos bolsos da Igreja, o professor perguntou-me: "E seus pais, seguem qual religião?" Perguntou-me isto já que sabia que questionar a minha religião seria chover no molhado, tendo em vista que deixo claro minha posição. E sabiamente relembrei da fala do professor Langdon no livro O Símbolo Perdido, e respondi exatamente qual foi escrito: "Professor, eu disse, não conte a ninguém, mas no dia em que o Deus Rá é venerado pelos pagãos, minha mãe se ajoelha em frente a um antigo objeto de tortura medieval e consome símbolos ritualísticos de sangue e carne". Não preciso descrever a expressão enojada de meu professor ou de meus colegas de classe, já que falei em alto e bom tom. E logo acrescentei: "Nojento, não?" Não deixei-o responder um grande SIM e emendei: "Se o senhor quiser se juntar a ela, vá a capela Nossa Senhora de Merces ao domingo de manhã, que ela é católica cristã".
Tal como o livro, a incompreensão da realidade causou aquele choque de ideias. Tenho certeza que todos na sala imaginaram minha pobre mãe num ritual luciferiano, bebendo numa taça feita de crânio o sangue de uma cabra sacrificada. Rs. Mas eu simplesmente descrevi o ritual legendário dos católicos, que aliás, é mergulhado no puro e tradicional paganismo medieval. Alguém já se perguntou quem foi que desenhou aquele estranho chapéu que "Vossa Santidade" o Papa usa?
Não, creio que nenhuma pobre ovelha cristã ja se questionou. Mas os nossos amigos evangélicos fanáticos o fizeram, e eis aqui uma boa explicação:
"A imagem pagã visível nessa fotografia é a mitra, que não é nada mais que a antiga mitra em formato de cabeça de peixe usada pelos sacerdotes filisteus do deus Dagom. Esse deus-peixe foi totalmente destruído pelo Deus da Bíblia Sagrada! Um dos símbolos mais óbvios que o catolicismo romano é apenas o amaldiçoado satanismo vestido e camuflado como cristianismo é essa ridícula mitra de Dagom. Quem é Dagom e o que é sua mitra? Você pode perguntar. Vamos examinar a Bíblia.
"Então os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagom, e para se alegrarem, e diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo." [Juízes 16:23].
Deus então tornou bem claro que Dagom era apenas um deus falso e sem poder:
"Os filisteus, pois, tomaram a arca de Deus e a trouxeram de Ebenézer a Asdode. Tomaram os filisteus a arca de Deus, e a colocaram na casa de Dagom, e a puseram junto a Dagom. Levantando-se, porém, de madrugada no dia seguinte, os de Asdode, eis que Dagom estava caído com o rosto em terra, diante da arca do SENHOR; e tomaram a Dagom, e tornaram a pô-lo no seu lugar. E, levantando-se de madrugada, no dia seguinte, pela manhã, eis que Dagom jazia caído com o rosto em terra diante da arca do SENHOR; e a cabeça de Dagom e ambas as palmas das suas mãos estavam cortadas sobre o limiar; somente o tronco ficou a Dagom. Por isso nem os sacerdotes de Dagom, nem nenhum de todos os que entram na casa de Dagom pisam o limiar de Dagom em Asdode, até ao dia de hoje. Porém a mão do SENHOR se agravou sobre os de Asdode, e os assolou; e os feriu com hemorróidas, em Asdode e nos seus termos. Vendo então os homens de Asdode que assim foi, disseram: Não fique conosco a arca do Deus de Israel; pois a sua mão é dura sobre nós, e sobre Dagom, nosso deus." [1 Samuel 5:1-7]."
 Por favor não me tomem como uma destas fanáticas anti-iluminatis, que aliás considero os Iluminados da Bavária anos-luz mais sábios que nós reles ignorantes (SIC). Apenas utilizei-me desta comparação para um suave ataque aos moldes evangélicos (SIC). Pois então, eis a poderosa Igreja Católica Apostólica Romana fundada numa pedra pagã e mil vezes pagã. E ainda nos chamam de bruxos! Ave Hipocrisia!


A todos os que sofreram na Inquisição.
Aos Fortes e aos Infames Bons.


A'anlitha Arierom.  

The Ethereal Mystheriis - Uma incógnita!

Esta expressão é usada pelos Draconianos para descrever "Aquilo que olhos mortais não enxergam, que é misterioso, que é Oculto". E assim batizei este blog, com o intuito de trazer algumas teses sobre questões importantes do conhecimento humano. Hoje em dia, identificar-se como Ocultista dá no mesmo que dizer "Oi, eu sou satânica". Se bem que, de certa forma, eu realmente sou satânica, a partir do momento em que satânico vem de shaitan que significa basicamente adversário. Sim, eu sou uma adversária da Igreja e sua tirania pirotesca. Bem se diga que a Igreja Católica está mais caída que a própria Babilônia; Mas há de se ter em vista que, primeiro meu caro, os Órfãos (chame como quiser os ignorantes, eu assim os digo pois são órfãos de qualquer moral a partir do momento em que julgam o que lhes foge da compreensão)  jamais tentarão entender o que tu diz, se o teu "Satanismo" é restrito a filosofia ou se o teu ocultismo é mero interesse literário. Eles julgam, e eu também. Sim, eu julgo. Julgo cada passo deles, numa luta de "Ação e Reação" (ave Física) rsrs. Os Ocultistas sofrem horrores, flagelados por acusações baratas, principalmente os pobres coitados dos místicos cristãos que tentam interligar o cristianismo ao misticismo, sofrendo por parte da Ordem a qual tentam manter-se (isto nos lembra a longa jornada de Eliphas Levi (imagem), que era cristão e realizou grandes estudos na criação da Cabala tal como a conhecemos hoje, e sobre o pentagrama (...) )  e que foi piamente julgado pelas instituições católicas durante toda sua vida. Sim, é realmente curioso manter-se entre as linhas do Ocultismo e da religião judaica-cristã. Mas não é inexplicável, já que o Ocultismo seria o conhecimento aprofundado das crenças que nos cercam, conhecimentos proibidos a neófitos e por muitas vezes esquecido. Até este ponto, não há nenhum horror, tanto que muitos Ocultistas jamais se envolveram em laços trevosos, ou seja, em pactos com o dêmonio e demais rituais.
 Entretanto, temos que ser sinceros: o simples contato com o âmago de determinadas crenças, nos conduz a uma odisséia obscura e misteriosa. É como o desacortinar do véu que cobre a vida, o Ocultista entra em contato com um mundo invisível, de seres tanto bons quanto maléficos. Entretanto, se entendermos que não há ser pior que o homem, isto já consola o medo rs.
Deixo aqui uma visão ocultista de Levi, espero que gostem:
"Na Bíblia da Liberdade, explica-nos Eliphas, saudamos o gênio da revolução, do progresso e do futuro. Na festa de Deus, Assunção da Mulher e Emancipação da Mulher procuramos explicar nossa religião materna. Na Última Encarnação demonstramos o papel do Cristo sobre a terra e saudamos o gênio do Evangelho, marchando à frente do progresso. Agora, nossa obra social está concluída; não pedimos por ela, indulgência nem severidade. Escrevemos o que ditou nossa inteligência e nosso coração". Henry Delaage.


A'anlitha Arierom;
Salute, ou melhor, Hails! 
Assim saudavam-se os antigos guerreiros germânicos após sangrentos embates. Nota interessante: ao contrário do que muitos livros de história trazem, os bárbaros eram tão virtuosos em educação e honra, que saudavam até seus oponentes, gesto de extremo caráter a julgar a visão moderna tão suja que se trás sobre estes povos... Enfim. Este é meu primeiro post e deixo claro aqui minha imposição ao Moderno. Hoje é uma noite fria e agreste de inverno, estamos em julho e é a primeira vez que tomo iniciativa a criar um blog, o que seria um fruto do moderno! (SIC) Então sendo pega pelo meu próprio veneno, como Uróboro que morde a própria cauda, resolvi fazer um, mas de maneira tal que seja usado de forma que satisfaça meus interesses: postarei aqui tudo o que me convém, desde musica a posições religiosas, sem aquela semântica arbitrária, de modo que o resultado seja uma verdadeira liberdade expressiva (mas, deveras, nada de homossexualismo ou qualquer algo libertário demais rs). 
 Sou escritora, e ora pois, porque não postar alguns contos? Ao longo dos dias, postarei o que minhas diabruras seráficas desejarem ao momento rs. Ao som de Seraphic Deviltry do nosso belo e antigo Theatre of Tragedy, finalizo este post de saudação n.n. 
Como dizia o Bardo: "Dê a todos os seus ouvidos, mas a poucos a sua voz". Então vos concedo meus escritos.
Aos fortes e aos Infames que se dizem bons!


A'anlitha Arierom.