Hail warriors des tenebra!

In pursuit!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Burzum vs Mayhem, Ideologias em prol e pouco caso da verdadeira essência.

 Discorrer sobre o movimento Black Metaller na minha opinião só se pode ser bem feito quando tu faz parte dele. Do contrário, as palavras se tornam vagas, pois só se sabe o que é Morte aquele que provou do veneno. Mas indo contra a maré que aliás já se tornou um hábito, rs, irei fazer exatamente isto, tendo em vista que considero Black Metaller quem realmente participa do movimento de forma direta (integrantes de hordas) ou indireta (organizadores ou credores das zines), de maneira que não me aplico a nenhum dos casos, o que é uma grande pena já que respeito demasiadamente este estilo tão controverso. Respeito tal que sempre me induziu a realizar longas reflexões seja sobre a cena atual do metal anticristão (seja ele satânico, agnóstico ou pagão) ou sobre a temática em si, a postura ou o som produzido.
 Não designo-me com nomenclatura alguma voltada a um estilo específico, deste modo eu seria comparada a diversos "seguidores"disto e daquilo, sujeita a ser caracterizada com infantilidades posers e filosofias vagas, seja o estilo que for. Embora tenho que dar o braço a torcer a guerreiros do Black ao War metal (sim, há grandes diferenças), tanto aos que conheço quanto aqueles que somente tenho notícias através de zines, a julgar pelo trabalho admirável na cena, a postura e suas ideologias.
Embora grande parcela de fans não sejam um terço do que seguem....


Uma curta longa história
(Repare o paradoxo: "Curta" (tempo em que Inner Circle perdurou na cena norueguesa) "Longa" (o curto tempo de resistência induz no mínimo cem páginas de uma boa biografia, além de que o metal proposto resiste até os dias atuais).





As origens

As origens do Inner Circle começam quando Euronymous (Øystein Aarseth), guitarrista do Mayhem, abriu uma loja de discos chamada Helvete (Inferno em norueguês), no ínicio dos anos noventa em Oslo. O local foi muitas vezes utilizado como ponto de encontro e sede de festas, fazendo com que seus frequentadores se definissem como pertencentes a um Inner Circle. Além de Euronymous, que era conhecido como um grande orador, o grupo em pouco tempo ganhou vários frequentadores, com muitos deles pertencentes a outras bandas de Black Metal, como EmperorDissection e DarkthroneBård FaustSamoth do Emperor, Jørn do Hades e Varg Vikernes do Burzum estavam entre os membros mais importantes.

O suicídio de Dead

Em 8 de Abril de 1991Dead (Per Yngve Ohlin), vocalista do Mayhem, se suicidou com um tiro na casa que a banda dividia. Dead era descrito como uma pessoa estranha e introspectiva. Ele era conhecido por suas infâmes performances, que incluíam se cortar, levar um corvo morto pelo palco e vestir roupas que tinham sido enterradas semanas antes dos shows.
Ele foi encontrado por Euronymous que desfrutou da oportunidade para se promover e levantas as suspeitas que seria ele o assassino. Deaddeixou um bilhete apenas se desculpando pelo sangue jorrado. Antes de chamar a polícia, Euronymous foi até uma loja e comprou uma câmera fotográfica. Uma das fotos tiradas foi usada na capa do disco Dawn of the Black Hearts.
Ainda circularam boatos que Euronymous tinha retirado partes do crânio para fazer um colar e comido cérebro do morto. A banda desmentiu imediatamente os rumores, mas algum tempo depois os boatos retornaram.

Incêndios a igrejas

Até 1992, 52 igrejas foram queimadas, mais de 15000 tumbas foram profanadas e pixadas com símbolos satanistas. Alguns objetos sacros foram levados como troféus para decorar a Helvete.
Entre as estruturas religiosas destruídas, uma das mais conhecidas era a Igreja de madeira de Fantoft, que foi consumida pelas chamas em6 de junho de 1992 por Varg Vikernes. Uma foto da igreja completamente destruída foi usada na capa de AskeEP do Burzum. Um outro alvo famoso foi a capela de Holmenkollen, a igreja da realeza da Noruega.
Alguns incêndios também ocorreram na vizinha Suécia, nos quais o principal suspeito era It, do Abruptum, mas as acusações não foram provadas.
Lista parcial das igrejas que foram atacadas

Confrontos

Os alvos do Inner Circle eram até grupos de Heavy Metal considerados incoerêntes e que seguiam determinadas modas musicais. Em Julhode 1992, Maria, uma integrante do grupo, atacou a casa de Christofer Johnsson, o líder do Therion. A casa de Johnsson foi incendiada e Maria ainda cravou uma faca na porta com uma mensagem "O Conde esteve aqui e voltará".
Johnsson e sua família conseguiram se salvar da casa em chamas e as investigações logo levaram a prisão de Maria, que foi conduzida a um hospital psiquiátrico. Em seu diário, Varg Vikernes vem descrito como o "Conde" (naquela época ele usava o pseudonimo de Count Grishnackh). Quatro dias após o incêndio, Johansson recebeu uma carta de Vikerness.

"Olá vítima! É o Count Grishnackh do Burzum. Acabo de voltar de uma pequena viagem a Suécia, mais precisamente em um lugar a noroeste de Estolcolmo e acho que perdi um isqueiro e um disco do Burzum, ha ha! Voltarei muito cedo e talvez, desta vez, não os acordarei no meio da noite. Darei uma lição de medo. Somos realmente muito loucos, os nossos métodos são a morte e a tortura. As nossas vítimas morrerão lentamente, devem morrer lentamente."

Outra ameaças ocorreram a grupos como Paradise Lost e Deicide. No caso do primeiro, o resultado foi a destruição do ônibus durante um tour do grupo a Oslo. No caso da segunda banda, durante um show em Estocolmo, uma bomba explodiu durante a apresentação do Therion, mas descobriu-se que o alvo era o Deicide.

[editar]O assassinato de Euronymous

Em Janeiro de 1993Varg Vikernes concedeu uma entrevista para um jornalista do Bergens Tidende a fim de divulgar a cena Black Metal e a loja Helvete de Euronymous. A entrevista resultou em uma investigação policial que levou Varg a ser preso por algumas semanas e forçouEuronymous a fechar a sua loja.
Em 10 de Agosto de 1993Varg Vikernes e Snorre W. Ruch viajaram de Bergen até o apartamento de Euronymous em Oslo. Após uma briga, Varg esfaqueou Euronymous. O corpo foi encontrado na parte de trás do apartamento com 23 facadas, duas na cabeça, cinco no pescoço e dezesseis nas costas. As suspeitas eram de que o assassinato foi cometido após uma briga por dinheiro do álbum do Burzum e Varg declarou que tinha sido atacado primeiro pro Euronymous.
Varg foi condenado a 21 anos de prisão por homicídio em primeiro grau, posse ilegal de armas e explosivos e por ter colocado fogo em três igrejas. Em um julgamento tumultuado, Varg recebeu o veredito rindo e a foto do momento foi estampada em vários jornais. Durante o inquérito, a polícia interrogou todos os membros do Inner Circle, obtendo informações de crimes cometidos no passado, condenando aindaBård Faust por homicídio, Snorre W. Ruch por cumplicidade no homicídio de Euronymous e Samoth por incêndio. Mesmo com toda pressão da polícia, no dia da sentença duas igrejas foram queimadas e um mês depois outra também foi incendiada.
Em Maio de 1994, o Mayhem finalmente lançou seu álbum De Mysteriis Dom Sathanas, com Euronymous nas guitarras e Varg Vikernes no baixo.


Segue-se abaixo o monólogo de Hellhammer referente a sua estada no Mayhem. Lamentável que tão bom baterista como Jan Axel Bloomberg (Hellhammer) tenha traído a cena juntando-se a bandas de Unblack metal. Enfim... resta-nos seu legado.



Meus amigos me apresentaram aos músicos do Mayhem. Seus nomes eram Euronymous e Dead. Eu os encontrei e dei a eles uma demo com minhas gravações. No outro dia, eles me chamaram para contar que eu entraria no grupo. Euronymous parecia ser um cara simpático. Claro, que ele era um cara um pouco estranho. Eu fui a casa deles: ele estava todo vestido de preto e havia uma faca presa a seu cinto. Eu me lembro que eu pensei: "Que diabos significa isto?". Dead juntou-se a banda pouco meses antes que eu. Ele era sueco, e não entendia muito que conversávamos. Ele era um cara estranho, uma pessoa bastante reservada. Era impossível discutir sobre coisas pessoais com ele. Logo depois, nós estávamos ligados a tudo o que estava relacionado com a morte, o lado sombrio da vida e o Satanismo. Eu sempre gostei destas coisas apesar de ter nascido em uma família cristã. Apenas anos depois eu percebi como estranho e prejudicial isso foi para nós. Mas eu era muito jovem para resistir a minha tentação pela escuridão. Eu encontrei alguns livros onde diferentes rituais eram descritos. Depois nós aplicamos nosso conhecimento na vida real... Euronymous era o que de todos mais estava envolvido. Ele era o nosso professor. Agora eu sei que ele foi muito longe, muito longe. E Dead seguiu seus passos. Logo Euronymous e Dead se tornaram mais severos e mais reservados. Pelo contrário eu nunca fui uma pessoa severa. Mas, os dois... Francamente falando, eu não consegui perceber toda a coisa satânica. Eu estava atraído por uma imagem negra e sinistra, mas eu não sentia ódio pelo cristianismo. Euronymous e Dead odiavam. "Cristianismo é prejudicial", eles costumavam dizer. Mas, eu perguntava para eles: "Não é prejudicial o que nós estamos fazendo?". Eu nunca obtive uma resposta sobre isto. Antes dos shows, Dead costumava enterrar suas roupas no solo, assim elas começariam apodrecer e produzir um cheiro de sepulcro. Ele era um cadáver no palco. Ele foi um dos primeiros a usar maquiagem que logo se tornou tão comum entre os músicos de Black Metal. De fato, ele foi o primeiro músico de Black Metal a usar pintura de cadáver. Uma vez, ele nos pediu para enterrá-lo no solo - ele queria que sua pele ficasse pálida. Ele tinha usado pintura de cadáver antes do MAYHEM em sua banda anterior o MORBID. Ele fingia como cadáver e era chamado de "morto". Ele ficava muito bem com toda aquela maquiagem. Quando o público nos via ficava louco. Algumas pessoas; é claro, não entendiam, mas a maioria nos achava legais... Eu retirei o meu nome foi do CELTIC FROST. O projeto anterior deles era chamado HELLHAMMER, e eu achei que era uma vergonha que um tão bom nome tivesse que desaparecer. E HELLHAMMER soava como um bom nome para um baterista, eu pensei. No começo dos anos 90, nós alugamos uma casa velha e deserta no meio da floresta. Nós precisávamos de um lugar para os ensaios, então nós fomos parar naquela casa. Eu gastava 20 minutos para chegar a loja mais próxima, e tínhamos que ir de trem até a cidade mais próxima. As pessoas que passavam por nossa casa apressavam seus passos. Eles tinham medo de nós. E os professores da escola mais próxima, diziam para as crianças: "não se aproximem daquela casa. Aquela casa é assombrada".Todo mundo nos odiava, mas nós gostávamos disso. Euronymous estava ocupado com o seu selo e passava todos os dias digitando algo. Eu tocava bateria e Dead se trancava em seu quarto e estava permanentemente deprimido. Assim era desta maneira que nós vivíamos: cada um em seu próprio mundo. Euronymous e Dead não se davam muito bem. Dead não confiava em Euronymous. As brigas verbais resultavam em verdadeiras e sangrentas surras. Eu fiquei cansado de todas aquelas brigas e me mudei para a casa de minha avó, voltando apenas para os ensaios. Um dia, eu decidi ir a Oslo com meus amigos. Antes de partir eu encontrei Dead. Ele estava carrancudo e deprimido: "Veja, eu comprei uma faca enorme. Ela está muito afiada". Aquelas foram as últimas palavras que eu ouvi dele. Euronymous estava viajando comigo naquele dia. Ele foi para a cidade onde ficavam os negócios do selo dele. Alguns dias depois, quando Euronymous retornou, a casa parecia abandonada. A porta da frente estava trancada e não havia nenhuma chave no lugar secreto. Euronymous rodeou a casa e percebeu que a janela do quarto de Dead estava aberta. Ele entrou na casa e viu Dead jazendo sobre o piso: uma parte de sua cabeça foi arrancada por um disparo de arma. Euronymous pegou carona com um carro até a cidade mais próxima para comprar uma câmera fotográfica. Então, ele retornou e tirou uma fotografia do cadáver de Dead. Eu fique surpreso quando soube que a faca estava sobre a arma. Ela poderia estar debaixo da arma... Talvez Euronymous nunca foi à cidade naquele dia... Quando Euronymous me ligou, ele não estava tão falador. "Dead foi embora de casa". Ele me disse. "Embora para a Suécia?" Eu pasmei. Não, ele atirou em sua cabeça. Então eu percebi, que Dead estava morto. A polícia buscou o corpo de Dead, mas nós vivemos na casa por mais algumas semanas. O sangue de Dead e os pedaços do crânio estavam em todo o quarto. Uma vez, eu olhei embaixo da cama dele e encontrei dois pedaços grandes de crânio. Eu peguei um pedaço e Euronymous pegou o outro. Nós fizemos amuletos com eles. Depois nós os perdemos de algum modo. Isto foi estranho... A morte de Dead não nos parou. Nós decidimos procurar um novo vocalista e um baixista e continuar com o MAYHEM. Nós examinamos por um tempo e logo a formação estava reunida. Naquele tempo Grishnackh tocou baixo... Eu gostava dele no nosso primeiro encontro: ele era um cara inteligente. Ele se destacava dos outros músicos, ele era único. Ele era modesto e educado. Logo a nossa banda se tornou Inner Circle. Eu sempre fui contra queimar igrejas: isso não fazia sentido algum. Mas os outros achavam que sim. Eles chocavam toda a Noruega. Eles nunca me pressionaram. Eu não estava envolvido nas coisas que eles estavam fazendo. Ninguém realmente sabe porque Grishnackh assassinou Euronymous. Eu suponho que isso foi um conflito pessoal entre eles. No dia da morte de Euronymous, eu liguei no escritório dele. Ninguém atendia. Então eu liguei para os pais dele esperando encontrá-lo lá. Eu fui informado que Euronymous havia sido morto uma noite antes. Eu fiquei chocado. Eu não sabia quem tinha feito aquilo, mas eu estava certo que poderiam ser os suecos. Havia constantes conflitos entre clãs noruegueses, suecos e finlandeses. Cadáveres eram encontrados por todas as partes. Meus amigos e eu carregávamos facas e armas para nos defendermos. Nós estávamos esperando pelo pior. Mas logo ficamos sabendo que Grishnackh era o assassino de Euronymous. Aquele garoto tímido tornou-se um matador. Eu não conseguia acreditar que ele poderia ter feito aquilo. Meus amigos do Inner Circle e eu fomos chamados para o julgamento...
 (Fotos: old Mayhem)


Nenhum comentário:

Postar um comentário